Arte Brasileira em Destaque em Lisboa: Iniciativa do Instituto PIPA

No coração de Lisboa, a Cordoaria Nacional acolhe a exposição "O Brasil são muitos", que estará aberta até 15 de junho. Este evento marca o início de uma iniciativa do Instituto PIPA, que, segundo Lucrécia Vinhaes, co-fundadora junto com o marido, Roberto Vinhaes, visa promover a arte brasileira a nível internacional.

Lucrécia, numa conversa com a Lusa, explicou que esta exposição é parte de uma coleção do Instituto PIPA, acumulada ao longo de 15 anos de dedicação ao Prémio PIPA, um prestigiado galardão da arte contemporânea brasileira. As obras expostas, que refletem a diversidade e a vitalidade da produção artística brasileira, interagem também com as transformações culturais e políticas que o país atravessou na última década e meia.

Com obras de artistas como Aleta Valente, Alice Miceli, Arjan Martins, e vários outros, a mostra representa a primeira apresentação internacional do Instituto PIPA e foi organizada em colaboração com as Galerias Municipais. A inauguração contará com a presença do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, durante a Feira Internacional de Arte Contemporânea ARCOLisboa.

Desde a sua criação em 2010, o Instituto PIPA tem se dedicado a documentar e a promover a arte contemporânea no Brasil, valorizando a multiplicidade de vozes existentes. Lucrécia expressou o desejo de estabelecer novas parcerias em Portugal e de fomentar a troca entre artistas brasileiros e portugueses, vislumbrando até a possibilidade de criar uma fundação local, seguindo o exemplo do que foi feito no Reino Unido.

O casal Vinhaes, que estabeleceu residência em Portugal em 2021, observa que muitos artistas brasileiros estão a fazer o mesmo, incluindo vencedores do Prémio PIPA. A exposição na Cordoaria já atraiu 1.634 visitantes, um indicador positivo do desejo de conhecer a arte brasileira.

Lucrécia enfatizou a necessidade de uma "grande ponte" que ligue a arte do Brasil ao mundo, com possibilidades de intercâmbio cultural, principalmente em França, Reino Unido e, claro, Portugal, onde o foco atual se encontra. Embora o momento para o Brasil não seja ideal, a fundadora acredita que iniciativas como a do Instituto PIPA podem contribuir para um futuro positivo na arte brasileira.