A Universidade de Coimbra e a Universidade Politécnica de Macau estabelecem um laboratório conjunto de IA focado na investigação da relação entre nutrição e longevidade saudável.
A Universidade Politécnica de Macau divulgou, hoje, a formação de um laboratório colaborativo em parceria com a Universidade de Coimbra, destinado ao estudo da conexão entre a nutrição e a "longevidade saudável" através da utilização de inteligência artificial (IA).
No seu comunicado, a Politécnica de Macau indicou que este laboratório, especializado em nutracêutica, irá centrar-se na aplicação de IA em áreas como "cuidados de saúde, nutrição de precisão, prevenção de doenças crónicas e gestão da saúde". A nutracêutica, que combina nutrição e farmacologia, investiga os impactos benéficos dos alimentos na saúde.
Segundo a Politécnica, o novo laboratório irá "maximizar as sinergias das duas instituições no domínio da inteligência artificial, ciências da saúde e tecnologia nutricional". Além disso, a colaboração contempla a realização de pesquisas interdisciplinares com especialistas de ambas as universidades, com o objetivo de desenvolver "soluções técnicas avançadas" e "inovações aplicáveis".
O laboratório também visa "formar profissionais altamente qualificados para a indústria de saúde de Macau" e impulsar o progresso tecnológico através de parcerias com o setor privado.
A saúde e o bem-estar foram identificados como um dos quatro pilares estratégicos pelo Governo de Macau, que busca diversificar a economia da região, tradicionalmente dependente do turismo e dos casinos.
A criação deste laboratório é ainda vista como "um marco significativo na colaboração educativa entre a China e os países de língua portuguesa". A nova entidade irá fomentar "investigação científica e inovações na área da saúde inteligente em Macau e Portugal", além de facilitar a cooperação científico-tecnológica entre estes dois territórios.
O acordo para a execução deste projeto foi formalizado, na região chinesa, entre o reitor da Politécnica de Macau, Marcus Im Sio Kei, e o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão.
Em junho de 2024, durante uma visita a Macau, Falcão disse à Lusa que as duas instituições já tinham implementado um programa de duplo doutoramento em tecnologias de informação, que começou no ano letivo anterior e que já mostra resultados com 18 alunos, oriundos de Portugal e da China.