O Presidente Zelensky criticou o Kremlin por não fornecer um memorando com condições para um acordo de paz, elevando a incerteza sobre a reunião em Istambul.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou hoje a sua frustração com a falta de documentação por parte de Moscovo, que deveria conter as condições para um acordo de paz. A situação levanta questões sobre a participação da Ucrânia na próxima ronda de negociações agendada para segunda-feira em Istambul.
"Há mais de uma semana que os russos não apresentam o tal 'memorando'", afirmou Zelensky na rede social X, criticando a postura de Moscovo.
O líder ucraniano lamentou que a Rússia esteja a agir de forma a garantir que um encontro futuro não resulte em progressos significativos nas negociações.
Após uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, em Kiev, Zelensky destacou que o Kremlin continua em silêncio, apesar de ter prometido preparar o documento após a recente troca de prisioneiros entre os dois lados.
"A Ucrânia não recebeu qualquer documento deles. Nem a Turquia", reiterou o Presidente ucraniano, não confirmando se enviará representantes a Istambul, enfatizando a necessidade de que a agenda seja previamente conhecida para evitar uma “reunião vazia”.
A proposta russa para a reunião em Istambul surge na sequência de um primeiro encontro, realizado em 16 de maio. Contudo, o Kremlin já recusou uma proposta da Turquia para um encontro ao mais alto nível que envolveria Zelensky, Vladimir Putin e Donald Trump, ligando tal cimeira à obtenção de resultados concretos nas negociações.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, assegurou que a Rússia estará presente e pronta para retomar as conversações na segunda-feira. Ambas as partes confirmaram que os memorandos de acordo estão prontos, após uma conversa telefónica entre Putin e Trump em 19 de maio.
De acordo com reportagens internacionais, a Rússia exige um compromisso escrito da NATO para não se expandir em direcção às suas fronteiras, o que implica a renúncia da adesão da Ucrânia, Geórgia e Moldávia. Além disso, Moscovo pede que os países ocidentais suspendam o fornecimento de armas a Kiev, enquanto a Ucrânia firmou um acordo com a Alemanha para a produção conjunta de armamento e mísseis de longo alcance.