O leilão dos terrenos do Boavista busca resolver dívidas antigas, abrangendo 22,5 mil metros quadrados, com valores de abertura de 2,9 milhões de euros.
O leilão actualmente em curso dos terrenos onde se situam os campos de treino do Boavista surge na sequência de dívidas acumuladas relacionadas com a construção do Estádio do Bessa. Segundo o presidente do clube, Rui Garrido Pereira, as negociações com os credores têm sido longas e complexas. "A dívida é originária do clube e avalizada pela SAD, uma vez que, embora a SAD tenha a responsabilidade financeira, o clube dispõe da garantia patrimonial,” explicou em entrevista à agência Lusa.
A situação é especialmente crítica, uma vez que a BTL, uma das entidades credoras, solicitou a realização do leilão para facilitar as negociações. O leilão permite que os terrenos sejam adquiridos através do portal e-leilões até ao dia 08 de julho, com um preço inicial de 2,9 milhões de euros e uma oferta mínima de 4,9 milhões para o imóvel total.
Garrido Pereira, que assumiu a presidência a 24 de janeiro, herdou um clube num estado financeiro precário. “Encontrámos uma dívida exorbitante e um clube debilitado,” afirmou, sublinhando o desafio de recuperar a credibilidade institucional do Boavista, que actualmente possui dívidas que ultrapassam os 90 milhões de euros.
Foi relatado também que várias modalidades desportivas do clube estão a sofrer devido a salários em atraso, e antigas seções como as de andebol e voleibol têm clamado por regularizações. A direcção foi criticada por não atender a promessas feitas e por estar a pôr em risco a existência de algumas secções.
A situação do futsal, que recentemente suspendeu funções, reflete o clima de descontentamento, com acusações de falta de envolvimento e reconhecimento por parte da direcção do clube. Em resposta, Garrido Pereira afirmou que está focado na renegociação de orçamentos e na recuperação de sócios, visando um futuro mais sustentável para a instituição.
Adicionalmente, o novo presidente planeja constituir um conselho científico para melhor orientar as decisões na formação de jovens atletas. Apesar dos desafios, Garrido Pereira garante que não irá aumentar o endividamento do clube e que está a trabalhar arduamente para evitar a insolvência.