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Tecnologia inovadora permitirá ecografias à distância na ULS de Coimbra

há 12 horas

A ULS de Coimbra está a avaliar um sistema de tele-ecografia que possibilita diagnósticos remotos, aumentando o acesso à saúde.

Tecnologia inovadora permitirá ecografias à distância na ULS de Coimbra

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra está a experimentar uma nova tecnologia desenvolvida no Instituto Pedro Nunes (IPN), que visa realizar ecografias à distância. Esta iniciativa procura ultrapassar as dificuldades no acesso a diagnósticos médicos.

Conhecida como tele-ecografia robotizada, esta tecnologia foi concebida ao longo de oito anos de trabalho, inicialmente pela Universidade de Coimbra e, mais tarde, pelo IPN. O sistema permite que um braço robotizado, manuseado remotamente, efetue exames ecográficos nos pacientes, dando ao médico a possibilidade de operar a partir de uma localização diferente.

António Lindo da Cunha, coordenador do projeto, explicou à agência Lusa que esta inovação possibilita a um radiologista num hospital universitário realizar ecografias em locais remotos, como centros de cuidados primários, sem necessidade de estar fisicamente junto do paciente.

O equipamento, que já passou por várias versões, está agora em fase de testes no Serviço de Imagem Médica da ULS de Coimbra, e esse processo de validação deverá ser concluído até ao final do ano. Lindo da Cunha afirma que o objetivo desta etapa é comparar a eficácia da nova tecnologia com a prática convencional, garantindo que os exames realizados estão de acordo com os padrões clínicos estabelecidos.

Paulo Donato, responsável pelo Serviço de Imagem Médica, assegurou que a validação não afeta a qualidade dos diagnósticos e que a tecnologia poderá ser "uma grande mais-valia" no futuro. Contudo, observa que, ainda que a validação do braço robótico esteja em boa fase, a qualidade da imagem precisa de melhorias antes da implementação.

Donato enfatizou que a nova tecnologia pode ser particularmente útil em situações de emergência, como em cenários de guerra ou desastres, onde a presença física de um radiologista pode não ser viável. Ele sublinhou que a ULS de Coimbra, caracterizada pela dispersão geográfica dos serviços de saúde, é um ambiente propício para a introdução desta tecnologia.

A superfície de aplicação do equipamento foi inicialmente pensada para áreas remotas ou para comunidades isoladas, como em ilhas. Luís Ferreira, representante da empresa Sensing Future, responsável pela comercialização do dispositivo, mencionou que a evolução do projeto revelou outra utilidade: a otimização dos recursos hospitalares, permitindo que médicos realizem diagnósticos a partir de um único local. Isso não só melhora a eficiência, como também oferece maior conforto aos pacientes, que poderão ser atendidos em locais mais próximos de suas residências.

Uma vez validado, o próximo passo para o consórcio será envolver uma grande empresa global para a comercialização do equipamento ou obter investimentos externos para o seu desenvolvimento. Segundo Ferreira, o processo até ao mercado poderá levar entre dois a três anos.

Este equipamento integra um conjunto de mais de 90 inovações previstas na Agenda Mobilizadora "Health from Portugal" do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), iniciativa liderada pela Prológica - sistemas informáticos e impulsionada pelo Health Cluster Portugal.

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#Telemedicina #InovaçãoSaúde #EcografiaRemota