"Rússia aguarda resposta da Ucrânia sobre repatriação de corpos de soldados"

A Rússia manifestou a sua expectativa de que a Ucrânia forneça uma confirmação oficial sobre a aceitação da repatriação dos corpos de soldados ucranianos falecidos em combate. A declaração foi feita pelo vice-ministro da Defesa russo, tenente-general Alexander Fomin, à imprensa russa.

Fomin expressou descontentamento por a Ucrânia não ter confirmado a receção dos corpos, nem na sexta-feira nem no sábado, e indicou que a entrega pode ser adiada para a próxima semana. O vice-ministro reiterou que a Rússia está pronta para repatriar mais de 6.000 corpos, que poderão ser transportados por via terrestre ou ferroviária.

“Não farei comentários sobre a politização deste assunto, que se trata de uma iniciativa puramente humanitária. Esta não é a primeira vez, e parece que não será a última”, salientou Fomin.

O responsável russo também garantiu que a parte russa está disposta a cumprir todos os acordos estabelecidos, tanto em relação à devolução de corpos como à troca de prisioneiros.

Recorrendo à palavra de Vladímir Medinski, cabeça da delegação russa nas negociações, foi acusado o lado ucraniano de “adiar indefinidamente” as trocas de prisioneiros de guerra. Por outro lado, a Ucrânia contra-atacou, acusando a Rússia de manipulação e de não cumprir os compromissos estabelecidos.

O Ministério da Defesa da Ucrânia fez um apelo à Rússia para que não crie obstáculos e evite disseminar informações falsas que impeçam a devolução dos prisioneiros, enfatizando a necessidade de voltar a um trabalho construtivo. A mesma nota, assinada por Rustem Umerov, chefe da delegação ucraniana, criticou ainda a tentativa da Rússia de reverter os acordos de Istambul, questionando a eficácia da equipa negocial russa.

Em relação à troca de corpos de soldados falecidos, as autoridades ucranianas confirmaram que ainda não foi definida uma data e reiteraram as acusações sobre as ações unilaterais da Rússia. O comunicado conclui com um apelo para que a Rússia cesse essas práticas e retome um diálogo produtivo.