Em abril, as taxas de juro dos novos depósitos a prazo dos particulares desceram para 1,64%, marcando uma diminuição pelo 16.º mês consecutivo, segundo o Banco de Portugal.
O Banco de Portugal (BdP) revelou que a remuneração dos novos depósitos a prazo dos particulares caiu para 1,64% em abril, registando assim o 16.º mês seguido de descidas. Este valor é o mais baixo desde maio de 2023, quando se situava em 1,39%. Comparativamente a março, houve uma diminuição de 0,05 pontos percentuais (p.p.), e em relação ao mesmo mês do ano anterior, a descida foi ainda mais acentuada, com uma taxa de 2,75%.
Até ao final de abril, o total de novos depósitos a prazo de particulares ascendeu a 12.970 milhões de euros, uma subida de 61 milhões de euros em comparação a março e uma impressionante alta de 21,8% em relação ao ano passado.
Além disso, a taxa média dos depósitos com prazos até um ano também registou uma queda de 0,05 p.p., fixando-se em 1,65%. Apesar da redução, esta classe de depósitos permanece a mais rentável, representando 96% do total de novos depósitos em abril.
No contexto europeu, a taxa média de juro para depósitos a prazo também caiu em abril, fixando-se em 1,99%, descendo pela primeira vez abaixo dos 2% desde fevereiro de 2023. Portugal continua a ocupar a quinta posição entre os países com as taxas de juro médias mais baixas.
No que diz respeito às empresas, a taxa média de juros para depósitos a prazo passou de 2,16% em março para 2,01% em abril, com novos depósitos totalizando 9.848 milhões de euros, um aumento de 366 milhões de euros em relação ao mês anterior e um crescimento de 23,3% em termos homólogos.
Após um período inicial de aumento nas remunerações dos depósitos devido ao incremento das taxas de juro diretoras, as taxas associadas voltaram a cair.
Recentemente, a Comissária Europeia para os Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, afirmou que "é seguro que se perde dinheiro" nos depósitos a prazo, destacando que, enquanto o mercado de capitais apresenta riscos de perda, os depósitos demonstram uma "certeza de perda" nos últimos anos.