Bruno Branco, responsável pela PSP, afirmou que os distúrbios na Assembleia Geral do FC Porto em novembro de 2023 foram planeados. Declarações ocorreram durante o julgamento de vários arguidos ligados à claque.
Durante a 13.ª sessão do julgamento no Tribunal de São João Novo, no Porto, o chefe da PSP, Bruno Branco, ex-amigo de Fernando Madureira e apoiador de André Villas-Boas, declarou que os tumultos ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto em novembro de 2023 foram, de facto, premeditados.
A última testemunha de acusação revelou que o ex-líder da claque Super Dragões manifestou um "clima de medo" durante a reunião, afirmando que, através de mensagens, Madureira manifestou intenção de "partir aquilo ao meio" para garantir a aprovação de propostas que beneficiariam a continuidade de Jorge Nuno Pinto da Costa na presidência do clube.
A testemunha destacou que a necessidade de várias alterações estatutárias, como o aumento do período eleitoral e as novas regras para votação, surgiram em resposta a interesses da administração. Este clima alterado da AG culminou com a coação da equipa de reportagem da SIC, impedida de entrar no Estádio do Dragão por Vítor Catão, que recebeu ordens diretas do então presidente da Mesa da Assembleia Geral.
Bruno Branco, prevendo um ambiente hostil, aconselhou Villas-Boas a não comparecer na AG, cujo local foi alterado para o Pavilhão Dragão Arena, temendo pela sua segurança.
O caso envolve 12 arguidos na Operação Pretoriano, que respondem a 31 crimes, incluindo coação e ofensa à integridade física. Apenas Fernando Madureira permanece em prisão preventiva, enquanto os demais foram libertados em diferentes fases do processo.