O Conselho Supremo dos Éditos Religiosos da Síria anunciou a ilegalidade dos crimes de honra e execuções extrajudiciais, uma decisão que foi acolhida positivamente por Washington.
As autoridades religiosas na Síria deram um passo significativo ao proibir formalmente os crimes de honra e outras formas de execuções extrajudiciais. Esta determinação, emanada do Conselho Supremo dos Éditos Religiosos, estabelece que a "retaliação por crimes de sangue, contra a propriedade ou honra" não será tolerada. A declaração enfatiza que apenas o sistema judicial e as autoridades competentes têm a legitimidade para lidar com tais questões, colocando um ponto final na "vingança individual".
"Aqueles que foram oprimidos têm o direito de reivindicar os seus direitos por meios legítimos. No entanto, é imperativo que a responsabilidade por tais ações recaia exclusivamente sobre o sistema judicial e não sobre ações individuais, a fim de garantir a proteção da vida e da honra, evitando assim o caos", referiu o decreto, segundo a agência de notícias síria SANA.
Além disso, o conselho faz um apelo à "agilização dos processos contra juízes corruptos que serviram para oprimir a população durante o regime anterior". Esta referência surge num contexto onde se criticam os mecanismos de justiça que atuaram a favor do ex-presidente Bashar al-Assad, que deixou o país após uma ofensiva liderada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS). Atualmente, a liderança do país está a cargo de Ahmad al-Sharaa, presidente interino, que promete promover a paz, justiça e a integração democrática.
Uma resposta internacional à decisão foi dada por Tom Barrack, enviado especial dos EUA para a Síria, que congratulou esta iniciativa: "Estes são os primeiros grandes passos de um novo governo sírio rumo a uma nova Síria", exprimindo o seu entusiasmo nas redes sociais.