Economia

OIT reduz estimativas de emprego global para 53 milhões, alertando para desigualdade crescente

há 1 dia

A OIT anunciou uma revisão significativa para a criação de empregos em 2023, que deverá ser de apenas 53 milhões, destacando também a deterioração na distribuição de rendimento.

OIT reduz estimativas de emprego global para 53 milhões, alertando para desigualdade crescente

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) anunciou esta quarta-feira uma atualização das suas previsões para o emprego mundial, reduzindo a cifra de postos de trabalho a serem criados para 53 milhões. Este ajuste, que representa uma diminuição de sete milhões em relação ao que havia sido projetado anteriormente, está associado a uma previsão de crescimento do PIB global que passou de 3,2% para 2,8%.

Na sua atualização sobre as Perspetivas Sociais e de Emprego no Mundo, a OIT também assinalou uma diminuição no crescimento do emprego global, que foi revisto de 1,7% para 1,5%. Segundo os dados, aproximadamente 84 milhões de empregos em 71 países dependem, de forma direta ou indireta, do consumo nos Estados Unidos, um cenário que se torna mais arriscado devido ao aumento das tensões comerciais.

Embora a região da Ásia-Pacífico continue a concentrar a maioria dos novos postos (56 milhões), Canadá e México apresentam uma grande proporção de empregos vulneráveis a um possível aumento das tensões comerciais, com 17,1% dos postos de trabalho expostos.

Além disso, o relatório destaca tendências alarmantes na distribuição do rendimento. A OIT observa que a proporção dos rendimentos do trabalho dentro do PIB global caiu de 53,0% em 2014 para 52,4% em 2024. Caso esse índice não houvesse diminuído, os trabalhadores a nível mundial poderiam ter beneficiado de um aumento de um bilião de dólares em rendimentos, equivalente a mais 290 dólares por trabalhador, em termos de poder de compra constante.

Esta diminuição da quota de rendimentos atribuída aos trabalhadores globalmente pode agravar a desigualdade e mostra uma desconexão entre o crescimento económico e a compensação laboral. O diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, alertou que a continuidade das tensões geopolíticas e das desordens comerciais poderá impactar seriamente os mercados de trabalho em todo o mundo, dado que a economia global cresce a um ritmo mais lento do que o esperado.

“Podemos fazer a diferença através do reforço da proteção social, do investimento no desenvolvimento de competências, da promoção do diálogo social e pela criação de mercados de trabalho inclusivos, garantindo que os benefícios da evolução tecnológica cheguem a todos”, concluiu o responsável da organização.

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#EmpregoGlobal #Desigualdade #CrescimentoEconómico