Em 2025, a segurança na Ucrânia regista um agravamento significativo, com mortes civis a aumentarem 59% em relação a 2024, segundo a ONU. A situação humanitária torna-se crítica.
A situação de segurança na Ucrânia apresenta-se "significativamente pior" em 2025 em comparação com o ano anterior, com um aumento alarmante de 59% nas mortes de civis no primeiro trimestre do ano, de acordo com um relatório da ONU.
Durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada por países como Dinamarca, França, Grécia, Eslovénia e Reino Unido, a subsecretária-geral para Assuntos Políticos e Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, lamentou que o otimismo em torno da possibilidade de paz tenha sido substituído por um "aumento brutal dos ataques russos".
"Um mês atrás, havia uma esperança cautelosa de avanço nas negociações diplomáticas para uma trégua. Porém, estamos a testemunhar um aumento significativo nos ataques russos em todo o território ucraniano", destacou DiCarlo.
No último fim de semana, as forças armadas russas intensificaram os ataques, lançando um número recorde de mísseis e drones sobre cidades e vilas da Ucrânia, resultando na morte e ferimento de dezenas de civis.
Até à data, desde o início da invasão em fevereiro de 2022, a ONU confirmou a morte de pelo menos 13.279 civis, incluindo 707 crianças, e 32.449 civis feridos, dos quais 2.068 são crianças.
Além disso, as regiões russas adjacentes à Ucrânia também relataram baixas civis devido a ações militares, embora a ONU não consiga verificar a veracidade desses dados.
DiCarlo ainda enfatizou que o impacto da guerra nas crianças é devastador, com mais de 5,1 milhões de menores forçados a abandonar suas casas e uma em cada cinco crianças a sofrer a perda de familiares ou amigos desde o início do conflito.
Apesar das adversidades, a subsecretária-geral manteve uma réstia de esperança na possibilidade de negociações para o fim das hostilidades, apelando por esforços sérios e de boa-fé de todas as partes envolvidas.
A diretora da Divisão de Financiamento do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Lisa Doughten, também participou da reunião, evidenciando a pressão imensa sobre os serviços de saúde na Ucrânia, relacionada a mais de 200 ataques a instalações de saúde este ano.
Ela alertou ainda para a desaceleração da assistência humanitária devido à escassez de fundos, com necessidade urgente de apoio para evitar a suspensão de programas críticos.
O Conselho de Segurança marcará nova reunião na próxima sexta-feira a pedido da Rússia, a qual pretende discutir as ações de países europeus que, segundo alegações, estariam a obstruir as iniciativas para uma resolução pacífica do conflito.