Genebra em destaque para novas conversações de paz entre Rússia e Ucrânia

Keith Kellogg, o enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, revelou na terça-feira que Genebra é a cidade mais provável para a realização de novas negociações entre a Rússia e a Ucrânia. Esta afirmação surge após a Rússia ter expressado preferência por Istambul como local para o diálogo.

“Estamos a prever uma nova reunião, e acreditamos que será em Genebra, apesar de termos tentado organizar este encontro no Vaticano. Estávamos abertos à ideia, mas os russos não aceitaram... Por isso, Genebra poderá ser o próximo destino”, comentou Kellogg em entrevista à Fox News.

As palavras de Kellogg coincidem com uma declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, que recentemente apoiou a proposta do seu homólogo turco, Hakan Fidan, para que Istambul sede novamente as negociações.

A primeira conversa direta entre os dois países em três anos ocorreu em Istambul a 16 de maio, resultando numa troca de mil prisioneiros, mas sem outros avanços significativos.

Apesar do sucesso dessa troca, a Rússia tem intensificado os seus ataques a Kiev e outras regiões da Ucrânia, enquanto este último país responde com ataques a alvos russos. O presidente Volodymyr Zelensky, juntamente com líderes europeus, pediu um endurecimento das sanções contra Moscovo.

Além disso, forças russas ocuparam recentemente quatro aldeias na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, pouco depois de Vladimir Putin ter declarado a criação de uma "zona tampão" ao longo da fronteira.

Donald Trump, que teve uma recente conversa com Putin, pondera novas sanções contra a Rússia, classificando o líder russo de “completamente louco” devido aos ataques recentes.

Kellogg declarou que assim que a Rússia apresentar um “memorado” ou “termo de compromisso”, as partes poderão juntar os documentos com as condições exigidas e definir limites claros para ambas as partes: “Esperamos receber isso do lado russo para que possamos organizar tudo em ordem”, referiu ele.

Na semana passada, Lavrov rejeitou a ideia do Vaticano como possível local de negociações, uma proposta que tinha o apoio do Papa Leão XIV, da Ucrânia e dos Estados Unidos.

A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% do território ucraniano e mantém exigências rigorosas, incluindo o reconhecimento de quatro regiões parcialmente ocupadas, a desmilitarização da Ucrânia e a recusa de adesão deste país à NATO. Por outro lado, Kiev e seus aliados ocidentais clamor por uma trégua antes de qualquer diálogo de paz com Putin, mantendo firme a sua soberania sobre as regiões em disputa.