Fim do Campo de Rukban Marca Nova Era para Refugiados na Síria

O campo de refugiados de Rukban, localizado em uma região desértica que faz fronteira com a Jordânia e o Iraque, foi oficialmente encerrado, uma decisão comemorada pelo Governo de Damasco como o encerramento de um "capítulo trágico" resultante das atrocidades cometidas durante a guerra civil síria, que começou em 2011.

O ministro da Informação, Hamza al-Mustafa, descreveu Rukban como "um triângulo da morte" que simbolizou a brutalidade do cerco e do abandono imposto às pessoas, forçadas a sobreviver em condições extremas. Durante o auge da crise, o campo abrigou cerca de 75 mil pessoas que escapavam dos conflitos e da violência.

Mustafa destacou que o fechamento do campo representa um novo começo que permitirá o desmantelamento de outros campos de refugiados, com o objetivo de facilitar o regresso dos deslocados às suas casas com o apoio do Estado. “A cada passo em direção à normalização, avança também a esperança de reconstruir uma nação acolhedora,” afirmou.

Fundado em 2014 em meio ao auge da repressão do regime de Bashar al-Assad, Rukban serviu inicialmente como um abrigo provisório mas, ao longo dos anos, as suas condições de vida foram alvo de severas críticas por parte da ONU, que denunciou a precariedade das condições e a dificuldade de envio de ajuda humanitária.

Recentemente, foi confirmado pela ONU que restavam apenas 25 famílias, em sua maioria pastorícias, no campo. Os últimos deslocados estão a regressar às suas comunidades em Homs e Damasco, com algumas famílias improvisando tendas com restos de materiais até que suas casas sejam restauradas.

Com a queda do regime de Assad, a nova liderança promete a pacificação do território e a recuperação das relações internacionais da Síria, abrindo um novo capítulo para os seus cidadãos.