O Fundo A2E da EDP recebeu 219 candidaturas, incluindo de países africanos e Brasil, destacando a crescente necessidade de energia acessível e limpa.
O Fundo de Acesso a Energia (A2E), iniciativa da EDP destinada a promover o acesso à eletricidade em comunidades carenciadas, alcançou um marco histórico ao receber 219 candidaturas este ano. Esta edição marca a inclusão do Brasil, além de candidaturas de países africanos como Moçambique, Quénia, Maláui e Nigéria.
A seleção dos projetos vencedores será revelada no último trimestre de 2023, de acordo com informações fornecidas à Lusa por um representante da empresa.
Na sua 7.ª edição, o fundo continua a apoiar projetos que visam melhorar o acesso à energia nas comunidades mais desfavorecidas, permitindo que organizações de todo o mundo possam submeter candidaturas desde que trabalhem em um dos países abrangidos.
Vera Pinto Pereira, administradora da EDP e presidente da Fundação EDP, destacou que o aumento de candidaturas em relação às edições anteriores reflete duas realidades: a necessidade urgente de levar energia limpa a mais pessoas e o crescente compromisso de indivíduos e organizações na promoção de mudanças significativas.
Desde o seu lançamento em 2018, o fundo já financiou 47 projetos de energia renovável em sete países africanos, como Angola e Moçambique, com um investimento global de 4,5 milhões de euros, impactando diretamente mais de oito milhões de vidas.
Com mais de 900 candidaturas recebidas desde o início, o fundo A2E tem beneficiado particularmente a Nigéria (30% dos projetos), seguida de Moçambique (23%) e Quénia (17%). Na mais recente edição, foram apoiados nove projetos, com implementação prevista para 2025.
Entre os projetos escolhidos, destacam-se três no setor da saúde que proporcionarão eletricidade a clínicas e maternidades rurais, melhorando a resposta a emergências. Na área da educação, foram selecionadas duas intervenções em escolas primárias e centros de formação para raparigas, que terão um impacto positivo no ensino e na sustentabilidade ambiental.
Além disso, a EDP anunciou iniciativas que combinem saúde e educação, beneficiando populações deslocadas e crianças com deficiência, assim como projetos comunitários que visam facilitar o acesso à iluminação e água potável.
Vera Pinto Pereira lembrou à Lusa que actualmente uma em cada 11 pessoas no mundo ainda não tem acesso à eletricidade e que cerca de dois mil milhões carecem de água potável. "O Fundo A2E foi criado para contribuir para a alteração desta situação", afirmou, sublinhando que "acesso à energia é um direito fundamental e não um privilégio".