Economia

Comboios de Moçambique celebram 50 anos de independência com recorde de passageiros

há 22 horas

O transporte ferroviário de Moçambique, após 50 anos de independência e superando crises, alcançou um novo recorde de 6,9 milhões de passageiros em 2024, consolidando-se como uma opção segura e económica.

Comboios de Moçambique celebram 50 anos de independência com recorde de passageiros

O sistema ferroviário de Moçambique, que marca meio século de independência, registou um crescimento notável ao longo dos anos, superando até os desafios impostos pelo conflito armado. Este ano, os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) alcançaram um recorde de 6.9 milhões de passageiros, um aumento de quase meio milhão em relação às expectativas da empresa e uma subida de 3% face ao ano anterior.

Vitória Novela, de 20 anos, partilha a sua experiência enquanto passageira em direção a Magude, nos arredores de Maputo. “O comboio é uma opção mais económica e segura, ainda que leve mais tempo do que os transportes rodoviários", afirma a jovem, ao lado da amiga Cleita Maurício, de 24 anos, ambas satisfeitas com a escolha, considerando o risco de acidentes nos furgões de transporte conhecidos como "chapas".

Em comparação, uma viagem de comboio de Maputo a Magude custa apenas 100 meticais (cerca de 1,37 euros), enquanto o transporte rodoviário cobra 160 meticais (aproximadamente 2,2 euros). Abílio Cossa, pedreiro de 28 anos, também elogia o comboio por ser mais acessível e permitir transporte de cargas diversas. “O preço é mais baixo e aqui posso levar materiais sem custo extra”, destaca.

Com uma rede ferroviária de mais de 3.000 quilómetros que conecta várias regiões de Moçambique e países vizinhos, o sistema ferroviário já carrega reminiscências do período colonial, quando chegou a movimentar mais de cinco milhões de passageiros anualmente. No entanto, o cenário mudou drasticamente entre 1977 e 1992, durante a guerra civil, que resultou na quase paralisação total das linhas.

Hoje, a terceira classe dos comboios está a ganhar popularidade, com passageiros e vendedores de comida a aproveitarem as paragens para criar um ambiente vibrante. Teresa Amade, uma reformada de 67 anos, revela que sempre usou o comboio e destaca a sua acessibilidade como uma grande vantagem. “O preço é muito acessível e o conforto é incomparável”, afirma.

Com um projeto em andamento para a eletrificação de 100 quilómetros entre Maputo e Ressano Garcia, e um investimento de cerca de 200 milhões de euros previsto nos próximos anos, o futuro do transporte ferroviário em Moçambique parece promissor. O CFM planeja expandir a sua capacidade de transporte e continuar a atender à crescente procura, especialmente para a exportação de minerais.

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#Moçambique #CaminhosDeFerro #TransporteSustentável