Activistas pedem responsabilização após resgate de cães em Foz Côa

A Intervenção e Resgate Animal (IRA) anunciou que entregará esta semana, no parlamento, uma petição pública que clama pelo apuramento de responsabilidades políticas e criminais relacionadas com os maus-tratos a animais em Vila Nova de Foz Côa.

A petição, que foi lançada online após o resgate de 70 cães do canil municipal no passado dia 30 de maio, já arrecadou mais de 22.914 assinaturas, muito acima do mínimo de 7.500 necessário para ser discutida em plenário. A IRA descreve o canil como ilegal, referindo que os animais estavam em condições extremamente precárias e à beira da morte.

O presidente da IRA, Tomás Pires, enfatizou que "as pessoas exigem justiça" e que as autoridades responsáveis pela situação devem ser responsabilizadas. A petição será formalmente apresentada ao Parlamento para que as exigências do público sejam consideradas.

Entre os que a IRA gostaria de ver chamados a prestar esclarecimentos estão o presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, a médica veterinária municipal, o presidente da Junta de Freguesia de Foz Côa, e o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários.

Tomás Pires salientou que o caso expõe uma falência moral e institucional de várias entidades públicas e que é imperativo que a classe política responda firmemente a estas questões.

O autarca João Paulo Sousa, em declarações à Lusa, manifestou a disposição do executivo municipal em cooperar com as investigações. Ele sublinhou que ainda não foram notificados formalmente sobre a situação, mas está atento aos desenvolvimentos, afirmando que "o que se passou é lamentável".

O ressurgimento do caso ficou também ligado a uma investigação da GNR, através do Núcleo de Investigação de Crimes e Contraordenações Ambientais, que apurou os maus-tratos no canil, e o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) informou que um processo está em curso no Ministério Público, com os animais agora a recuperar em instituições de acolhimento.