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Acórdão do militar da GNR acusado de tentativa de homicídio agendado para junho

há 1 dia

O Tribunal de Vila Real vai anunciar o acórdão de um militar da GNR na reserva, acusado de tentar matar um guarda em Chaves, no dia 17 de junho.

Acórdão do militar da GNR acusado de tentativa de homicídio agendado para junho

O Tribunal de Vila Real definiu para o dia 17 de junho a leitura do acórdão relativo ao julgamento de um militar da GNR na reserva, de 55 anos, acusado de tentar assassinar um guarda no Posto de Trânsito de Chaves. O arguido começou a ser julgado no passado dia 20 de maio e enfrenta várias acusações, incluindo homicídio qualificado na forma tentada e posse de armas proibidas.

Segundo o Ministério Público (MP), o militar planeava não só atacar o guarda, mas também incendiar o posto da GNR. Durante a audiência, o arguido manteve-se em silêncio na sessão inicial, mas reiterou suas declarações do primeiro interrogatório judicial, negando as acusações e afirmando que apenas se defendeu de uma agressão.

O incidente ocorreu a 3 de agosto de 2024, quando o militar, já na reserva desde 15 de julho, invadiu o posto, efetuando disparos contra o guarda que estava presente. Este último conseguiu escapar, refugiando-se no chão e saiu por uma janela antes de retornar para imobilizar o atacante, sendo agredido com a coronha da arma. Foi somente com a chegada de um outro militar da GNR que o agressor foi finalmente algemado. O guarda acabou por necessitar de tratamento hospitalar, mas já voltou ao serviço.

A acusação revela que o arguido tinha preparado um dispositivo incendiário semelhante a um 'cocktail molotov', contendo gasolina em garrafas plásticas e de vidro. Além disso, foi encontrado no seu veículo um machado, um cutelo, um martelo, isqueiros e munições.

Na sua argumentação final, a procuradora do MP defendeu que a intenção do arguido era, sem dúvida, causar a morte do guarda ou de qualquer outro presente, e por isso pediu a sua condenação. Por outro lado, o advogado do assistente enfatizou a premeditação dos atos, destacando as consequências psíquicas e físicas que o guarda sofreu devido ao ataque.

A defesa do militar assinalou a sua inimputabilidade, apontando uma perturbação delirante crónica e lembrando que o arguido teve uma carreira de 20 anos como profissional, afirmando que, apesar de ter solicitado ajuda a várias entidades, não houve resposta adequada para o seu estado de saúde mental.

O MP vinculou a conduta do arguido à sua revolta contra a GNR e os seus colegas, mas sublinhou que tais sentimentos não justificam os actos violentos perpetrados.

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#JustiçaEmFoco #SegurançaPública #DireitosHumanos