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A Liderança Aumenta a Satisfação de Médicos e Enfermeiros em Portugal

há 1 dia

Estudo inédito revela que médicos e enfermeiros em cargos de chefia apresentam maior satisfação profissional, com diferenças significativas entre o setor público e privado.

A Liderança Aumenta a Satisfação de Médicos e Enfermeiros em Portugal

Um novo estudo nacional, o primeiro do seu género, revela que a satisfação dos médicos e enfermeiros nos setores público e privado aumenta quando estes exercem funções de liderança. Realizada pelo Centro de Planeamento e Avaliação de Políticas Públicas (Planapp), em colaboração com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, a pesquisa analisou dados de 2024.

Segundo os resultados, a satisfação global dos profissionais de saúde é considerada razoável a elevada, até superando expectativas. Os médicos do setor privado reportaram um grau de satisfação média de 3,69, em comparação com 3,26 no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para os enfermeiros, os níveis de satisfação foram ligeiramente superiores no SNS (3,29) em comparação ao privado (3,19).

É importante realçar que a comparação entre os dois segmentos deve ser feita com cautela, dado que as amostras analisadas diferem em representatividade. No SNS, tanto médicos como enfermeiros demonstram uma satisfação moderada, mas evidenciam "sinais claros de insatisfação", principalmente em relação à remuneração.

O estudo, que teve apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), identificou que fatores como condições de trabalho, o relacionamento entre profissionais e o acesso a recursos tecnológicos têm um impacto significativo na satisfação geral. A investigação indica que a satisfação tende a aumentar em função do desempenho em cargos de chefia, da idade, da fixação de horários e da exclusividade no trabalho no SNS, uma tendência que se observa também no setor privado.

Comparativamente, os profissionais que atuam em hospitais revelam níveis de insatisfação superiores quando comparados àqueles que trabalham em cuidados de saúde primários. A insatisfação destaca-se especialmente nas regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo, ao passo que a maior satisfação foi reportada no Alentejo.

No que toca aos enfermeiros, existe uma variação nos motivos de satisfação e insatisfação através do território, com uma especial ênfase na região Norte, onde a insatisfação é mais acentuada, sendo claro que a exaustão extrema, ou 'burnout', está fortemente associada a este sentimento.

O estudo conclui que, em ambos os setores, os profissionais mais novos, com múltiplos empregos, turnos rotativos e grandes responsabilidades familiares, estão mais suscetíveis ao 'burnout'. Existe também uma intenção comum entre médicos e enfermeiros em permanecer no seu local de trabalho, embora a motivação para tal não se circunscreva apenas ao salário.

No setor privado, os perfis de satisfação foram encontrados como mais homogéneos em comparação com o SNS. Apesar das dificuldades, uma maioria expressiva dos profissionais de saúde no SNS deseja continuar nas suas funções atuais. Para os médicos, essa intenção é mais fraca entre internos (2,80) do que entre especialistas (3,59). Para os enfermeiros, a intenção é menor entre aqueles com especialidade, mas que não atuam como especialistas (3,23), e maior entre os enfermeiros gestores (4,02). Já no setor privado, os médicos manifestam uma clara vontade de se manter no seu local de trabalho (4,09) e os enfermeiros também demonstram intenção de continuar (3,13).

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#SatisfaçãoProfissional #SaúdeEmPortugal #LiderançaNosCuidados