Miguel Prata Roque considera candidatar-se à liderança do PS para contrabalançar a intencionalidade dos “consensos balofos” presentes no partido.
O ex-secretário de Estado e comentador político, Miguel Prata Roque, manifestou a sua intenção de concorrer à liderança do Partido Socialista (PS), colocando-se em oposição à candidatura do ex-ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro. Prata Roque deseja enfrentar o que considera serem “consensos balofos” que tentam silenciar o debate interno dentro do partido.
Em declarações ao Observador, Prata Roque destacou que os resultados das últimas eleições legislativas evidenciaram a falta de unidade que distancia o PS dos seus eleitores. “Foi um sinal claro de que a falta de coesão não reconcilia o PS com a sua base eleitoral”, afirmou.
Até que sejam divulgados os resultados da Comissão Nacional do PS, que se reunirá no próximo sábado, o ex-secretário de Estado optará por não fazer mais declarações sobre este assunto. Após essa reunião, deverá tecer considerações públicas sobre a sua possível candidatura.
A comissão nacional, que ocorrerá em Lisboa às 11h00, tem como agenda a análise dos resultados eleitorais e a aprovação de futuras normas e calendários eleitorais.
Com a saída de Pedro Nuno Santos da posição de secretário-geral do PS, em consequência do terceiro pior resultado da história do partido, vários nomes estiveram em consideração para suceder-lhe. Contudo, tanto Mariana Vieira da Silva como Fernando Medina já afirmaram que não se candidatarão, deixando, por enquanto, José Carneiro como o único concorrente pela liderança.
Carneiro, em prol da "unidade" do partido, avança como candidato isolado à liderança do PS após as declarações de desistência de outros potenciais candidatos.
Na recente contagem de resultados das eleições, a Aliança Democrática (AD) destacou-se ao conquistar 89 assentos, enquanto o PS e Chega obtiveram 58 deputados cada um. A Iniciativa Liberal manteve-se como a quarta força política, com um aumento de um deputado, totalizando 9, enquanto o Livre passou de 4 para 6 eleitos.
A CDU viu a sua representação parlamentar reduzida a 3 deputados e o Bloco de Esquerda ficou apenas com 1. O Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) manteve igualmente um único deputado, enquanto o JPP, oriundo da Madeira, conseguiu eleger um deputado.
Importa ainda referir que estes resultados não contemplam os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e opções eleitorais serão conhecidas a 28 de maio.