Política

Estratégia de Ângelo Correia: Trazer Chega para a Política

há 20 horas

O ex-ministro Ângelo Correia defende que a normalização do Chega é a chave para o seu combate, alertando que a janela de oportunidade pode estar a fechar-se.

Estratégia de Ângelo Correia: Trazer Chega para a Política

O ex-ministro do PSD, Ângelo Correia, partilhou a sua visão sobre a abordagem a adotar em relação ao Chega, afirmando que a solução passa por integrá-lo na "órbita do poder". Segundo Correia, "normalizar o Chega é a forma de combatê-lo", embora reconheça que pode já ser "tarde" para isso.

"Eles consideram-se anti-sistema. Quando assumem o poder, têm a oportunidade de ver como se alteram as dinâmicas e as responsabilidades. Governação eficiente em Portugal não se resume a agradar ao povo; por vezes, é necessário explicar as decisões e justificar os melhores salários e condições sociais. Contudo, temo que o tempo se esgotou. Esta reflexão deveria ter sido feita há um ano", declarou Correia em entrevista à SIC Notícias.

O antigo governante analisou ainda os resultados das eleições, reconhecendo que a Aliança Democrática (AD) obteve um desempenho superior ao esperado, mas sublinhando que isso continua a ser "insuficiente" para a transformação da coligação numa "força política de maior relevância".

"O sucesso desta aliança depende da obtenção de uma maioria, algo que ainda não possuem e que os obrigará a negociar. O discurso do primeiro-ministro após a vitória foi um pouco diferente ao afirmar que todos devemos estar unidos, mas ele precisa entender que cada partido tem o seu compromisso com o eleitorado e isso não é algo que se abdica apenas por patriotismo", frisou.

Nas eleições legislativas deste domingo, a AD conquistou 89 deputados, enquanto o PS e o Chega empataram com 58 representantes cada no parlamento. A Iniciativa Liberal mantém-se como a quarta força política, aumentando o seu número de deputados para 9. O partido Livre cresceu de quatro para seis eleitos, enquanto a CDU ficou com três, o Bloco de Esquerda reduzido a um e o PAN manteve um deputado. O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um novo parlamentar.

Estes dados ainda não contemplam os votos dos cidadãos no estrangeiro, cujas escolhas serão reveladas a 28 de maio.

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#ChegaNoPoder #PolíticaEmAnálise #EstratégiaAD