O ex-ministro António Vitorino decide não se candidatar à Presidência da República, sentindo-se desobrigado após a saída do ex-líder do PS. Outros potenciais candidatos começam a tomar posição.
António Vitorino anunciou oficialmente que não participará na corrida à Presidência da República. Segundo informações veiculadas pelo Nascer do SOL, o antigo ministro socialista já comunicou a sua decisão a Belém.
A sua desistência ocorre logo após a premeditada saída de Pedro Nuno Santos do cargo de secretário-geral do Partido Socialista. O semanário refere que "o compromisso de António Vitorino estava alinhado com Pedro Nuno Santos, e uma vez que este anunciou a sua saída da liderança, Vitorino sentiu-se livre de seguir em frente com a candidatura. Adicionalmente, nunca teve plena convicção de que deveria fazê-lo".
No que diz respeito a outros possíveis candidatos, vale destacar que na quarta-feira André Ventura também declinou a ideia de se candidatar à Presidência, explicando que os portugueses confiaram nele para ser primeiro-ministro. "Dado o voto de confiança que os portugueses me atribuíram para ser primeiro-ministro - um objetivo ainda por concretizar - [...] hoje é menos provável que me candidate do que há um mês", afirmou Ventura durante uma entrevista na TVI e na CNN Portugal.
O líder do Chega deixou em aberto a possibilidade, prometendo uma resposta mais concreta no futuro, uma vez que precisa discutir a questão "com os órgãos do partido", embora as candidaturas a Belém sejam essencialmente pessoais.
André Ventura também frisou que o partido teve uma "grande noite" nas recentes eleições legislativas, posicionando-se como "o segundo maior partido" e pondo em questão o bipartidarismo em Portugal.
Em outras declarações, o político Luís Marques Mendes alertou que a eleição do almirante Henrique Gouveia e Melo, agora também candidato à Presidência, "pode representar um risco significativo" e "um perigo para a democracia". O antigo presidente do PSD admitiu que a ideia de ter um Presidente da República fora da política pode parecer atrativa, mas alerta para os potenciais perigos.
O almirante Gouveia e Melo irá formalizar a sua candidatura à Presidência da República no dia 29 deste mês, no espaço da Gare de Alcântara, Lisboa. O almirante já havia confirmado a sua intenção de concorrer às eleições presidenciais de janeiro de 2026 em declarações à Rádio Renascença, a meio da campanha para as Legislativas, o que lhe granjeou algumas críticas.
Não obstante, a corrida a Belém já conta com outros nomes que se afirmaram como candidatos, nomeadamente: Tim Vieira, André Pestana, Orlando Cruz, Aristides Teixeira, Manuela Magno e Mariana Leitão.