A Importância da Literacia Mediática na Era da Desinformação e da IA

No âmbito da conferência “Os Cidadãos Podem Derrotar a Desinformação”, realizada em Lisboa, vários líderes e especialistas europeus discutiram a crescente influência da desinformação nos atos eleitorais. A diretora do departamento de comunicação estratégica do Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco, Katarzyna Szaran, sublinhou que a literacia mediática se torna cada vez mais crucial, particularmente à medida que diminui o número de indivíduos que buscam informações em meios de comunicação tradicionais.

A presidente do Conselho Económico e Social da Bulgária, Zornitsa Roussinova, alertou para a necessidade de um reforço nos esforços contra a desinformação, destacando que o seu país tem sido um alvo frequente de informações enganadoras. Roussinova também enfatizou o impacto potencial da adesão da Bulgária à zona euro no próximo ano, que poderá influenciar a forma como a literacia mediática se desenvolve.

Na Roménia, Sterica Fudulea, presidente do Conselho Económico e Social romeno, expressou preocupações quanto ao impacto da desinformação na confiança pública nas instituições democráticas, uma situação exacerbada pela localização geográfica do país que facilita a propagação de informações erróneas.

Gil Ramos Masjuan, do Conselho Económico e Social Espanhol, apontou o apagão energético da Península Ibérica, que ocorreu a 28 de abril, como um exemplo claro de como a desinformação pode dominar o debate público. Para ele, enfrentar esse problema requer mais do que soluções tecnológicas, sendo, antes, uma questão democrática e social que implica a criação de espaços participativos e de diálogo.

Por fim, Masjuan declarou que a desinformação deve ser encarada não apenas como um teste para a tecnologia, mas como um verdadeiro teste à saúde da democracia.